quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

A Matemática na Educação de Jovens e Adultos




Há uma inquietação por parte do educador em torno do conteúdo programático de sua disciplina proposto aos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA). 

Questiona-se o que ensinar aos alunos, uma vez que apresentam uma alta distorção idade/série e, muitos já estão inseridos no mercado de trabalho. 

Dentro dessa problemática, o educador de matemática depara-se com alunos que possuem uma experiência de vida e também, apresentam conhecimentos matemáticos adquiridos de forma intuitiva e informal. Esse aprendizado tem uma grande importância e pode ser aproveitado para o espaço escolar. 



Dessa forma, propus aos alunos trazerem para as aulas, tópicos em torno da matemática vista por eles no seu dia a dia. Trouxeram cheques bancários, jornais, revistas, contas telefônicas, contas de luz, boletos e muitos outros que juntamente com suas dúvidas, anseios e desejos tornaram-se temas significantes.

O problema de cada um foi exposto e tornou-se tema da aula. Pode-se trabalhar diversos conteúdos pertinentes à realidade do aluno usando uma linguagem matemática em sintonia com o conhecimento concreto de cada um.

Sem se distanciar das reais necessidades do aluno, o educador passa a dispor de atividades com maior significado para o aprendiz. O que antes parecia impossível de ser ensinado e compreendido, o que provocava silêncio e indiferença no aluno, tornou-se tema concreto e atraente nas aulas, possibilitando ao aluno encontrar uma melhor solução e preparando-o para melhor conviver com o mundo à sua volta.

Participo daqueles, incluindo o grande educador brasileiro Paulo Freire, que em sua metodologia educava indivíduos, na medida em que, ao sanarem sua dúvida, vão percebendo como atuavam vivendo naquela situação e a comparam com a realidade. Ao terem a percepção de como antes percebiam, passam a ser indivíduos questionadores e ampliam seus mundos.