quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Jogo de Damas


Por que jogar em sala de aula?


Há quem pense que os Jogos de Damas (entre outros) são apenas uma distração, mas eles são uma importante atividade intelectual para ativar o raciocínio lógico. De acordo com muitos estudiosos esta atividade favorece o desenvolvimento mental dos estudantes, a concentração, a memória e, além de ser uma atividade prazerosa.

Tive a oportunidade de experimentá-lo em sala de aula durante um dia com baixa frequência. 
Apesar de nossos jovens estarem no fascínio dos jogos virtuais, meio que na contramão, entrei em sala com os tabuleiros em mãos e convidei meus alunos para jogarem. Surpreendi-me quando todos aceitaram a formar duplas e começaram a jogar.






Muitos desses alunos não gostam de matemática e não conseguem se concentrar durante as aulas, entretanto estavam todos quietos, concentrados e motivados a ganhar do adversário. Se minhas aulas de matemática muitas das vezes não os estimulam adequadamente, naquele momento percebi que um jogo tão secular estava colaborando para a atenção e concentração dos alunos e, também para a satisfação pessoal daqueles que em várias partidas foram vitoriosos(inclusive vencer a professora).

Sob um olhar pedagógico é inegável que essa atividade desenvolve muitas das habilidades que são necessárias para um bom aprendizado:
  • tomada de decisões
  • raciocínio na busca de soluções
  •  prever situações futuras
  • criar várias alternativas para uma única finalidade
  • capacidade de concentração
  • rapidez no raciocínio


Para aqueles que ainda não acreditam no potencial pedagógico deste jogo, faça um teste em sala de aula!


terça-feira, 21 de maio de 2013

A matemática e a arte

Exposição no estilo Mondrian


Muitos são os pintores que aplicam em sua arte conhecimentos da matemática, principalmente a geometria, gerando até estilos artísticos. Visão espacial, simetria, ilusão de ótica, formas geométricas, entre outros, são temas comuns à arte e à matemática.

Ainda sob um conceito desgastado, a matemática dada nas escolas é vista como chata,  complicada e muitas vezes desnecessária. Porém, quando apreciamos obras de grandes artistas como Leonardo Da Vinci, Lygia Clark, Miró, Escher, Mondrian, Romero Brito, entre outros, podemos  perceber como ela fica mais dinâmica, inovadora e ousada.

Sendo assim, trazer a arte para a sala de aula pode transformar o conceito desgastado da matemática  para uma nova visão - mais envolvente e apaixonante. Aliados aos conceitos matemáticos podemos inserir a criatividade, a imaginação e a sensibilidade  que a arte nos permite, para juntos se criar um espaço de construção de conhecimentos mais instigante.
Essa junção é perfeita quando se quer mostrar que a matemática não é somente os cálculos exaustivos que costumamos  trabalhar em sala de aula. 

Foi o que aconteceu na exposição de objetos pintados no estilo do artista Piet Mondrian , realizada no C. E. Profª Alcina R. Lima, com alunos do 9º ano.

A atividade consiste em apresentá-los a matemática que se faz presente na arte por meio de algum artista, no caso escolhi Piet Mondrian que trabalhou em sua arte formas e linhas geométricas com cores primárias e, propor que reproduzam esse estilo em objetos de uso pessoal. Esses objetos foram o foco de uma exposição que aliou a matemática à arte.



Na exposição não pode faltar a criatividade dos alunos, que empolgados pintaram unhas, corpo, camisetas, biquínis,tênis, computadores, capas de celulares,cadernos, enfim , parecia que o estilo Mondrian já estava incorporado em suas mentes e essa marca deveria estar registrada em algum objeto pessoal.




Para o aluno Igor, do 9º ano, que durante a exposição apareceu com o corpo pintado em estilo Mondrian, a matemática ficou mais divertida - Eu não sabia que era possível misturar a arte com a matemática. 

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Dia Nacional da Matemática

Homenageando Malba Tahan

Todo ano no mês de maio divulgo em minha escola o Dia Nacional da Matemática. Poucas disciplinas possuem uma data nacional para comemorar. A ideia foi sugerida pela Sociedade Brasileira de Educação Matemática e em 2004 foi aprovada por lei pelo Congresso Nacional.

A data escolhida foi 6 de maio em homenagem ao nascimento do escritor e professor de matemática Júlio Cesar de Melo e Souza falecido em 1974, mais conhecido pelo pseudônimo de Malba Tahan.

Aproveitando que a data é em homenagem ao Malba Tahan, temos um bom motivo para divulgar na escola esse grande professor de matemática  e autor de inúmeras obras. Para não ficar somente com exposição de cartazes, decidi por uma dinâmica diferente.

A boa atração foi vestir um aluno de Malba Tahan e deixá-lo que contasse aos visitantes sua história. Em minha escola, o Colégio E. Profª Alcina R. Lima, Gabriel David, aluno do 2º ano, ficou empolgado de se trajar do contador de histórias e se apresentar para alunos e professores. 














O bate-papo descontraído chamou a atenção dos visitantes que paravam para conhecer melhor esse contador de histórias das arábias. Para muitos alunos que nunca ouviram falar de Malba Tahan, esse é um  momento de acreditar que a matemática pode ser fácil e divertida. “ Queria que o meu professor fosse como Malba Taham, um contador de histórias e que usa enigmas e desafios para tornar a  matemática mais interessante e divertida”, comenta o Gabriel vestido de beduíno.



O momento também foi interessante para alguns professores descobrirem que o Malba Tahan nunca havia visitado um país do oriente e como podia descrever tão bem histórias sobre xeiques, sultões e beduínos.
 “ Ele engana muito bem, para mim ele é um árabe”, afirma a professora Carmem Lúcia. 








Já que a matemática possui uma data comemorativa, o ideal é que escolas e cursos superiores divulguem essa importante ciência a fim de apresentá-la de forma prazerosa e descomplicada, ao contrário do que muitos pensam. Seja por meio de feiras, exposições de trabalhos, palestras, oficinas, desafios, em fim toda forma que a aproxime dos alunos  e mostre que essa disciplina não é privilégio de poucos.


quarta-feira, 6 de março de 2013

Quem é o autor?

Que o livro didático é tão importante para o ensino, ninguém dúvida. Mas, e o autor?



O livro didático passou a ter grande importância a partir da década de 60, onde houve um aumento da demanda nas escolas devido às propostas curriculares na época. Muito se discute sobre a sua importância, tanto pelo seu conteúdo quanto pela diminuição do seu uso em sala de aula devido à utilização de outros recursos.

Mas, o que quero salientar é a importância dada ao livro em sala de aula, não em análise do seu conteúdo para julgá-lo eficiente ou não e, sim chamar atenção para o autor do livro.
Percebo que ao longo de mais de duas décadas, poucos professores fazem menção ao autor do livro em sala de aula. A maioria dos alunos desconhece os autores dos seus livros e quando são questionados, quase sempre citam a cor do livro ou a ilustração da capa : 
" aquele verdinho com uma árvore na frente..."
Por que nossos alunos não sabem o nome do autor dos seus livros? Por que desconhecer o autor se ele foi usado durante 1 ano?

Não quero obrigar os meus alunos a memorizarem os autores dos seus livros, porém podemos encontrar uma maneira simples de que os autores não fiquem esquecidos por nossos alunos.

Relembrando o meu tempo de escola e também de faculdade, comecei a analisar o porquê da lembrança dos nomes dos autores de quase todas as disciplinas. Percebi que os autores que eu conhecia deviam-se ao fato de que os meus professores, no momento de usar o livro em sala de aula não citavam " Vamos abrir o livro..." e sim, chamavam-no pelo autor "Vamos pegar o Iezzi na página 102..". Esses professores além de mencionar o livro pelo autor, também escreviam o nome no quadro: "Feltre, pág 143."

Laura Cristina, aluna do 6º ano em 2009,
com o livro do Bonjorno
A Laura Cristina,aluna do 2º ano,
em 2014, com o livro da katia Stocco.
Há alguns anos venho adotando esse procedimento em sala de aula e percebi que os meus alunos passaram a reconhecer os autores dos seus livros de forma espontânea(pelo menos na minha disciplina).

Atualmente, em minha escola foi adotado o livro da Kátia Stocco Smole e quando vou me referir ao seu livro, sempre falo - Vamos pegar a Kátia, pág 99.
Esse valor devotado ao autor do livro torna-o mais familiar em sala de aula e cria-se uma maior proximidade entre o autor e o aluno.

E você? Lembra-se de algum autor dos seus livros da escola?