quarta-feira, 6 de março de 2013

Quem é o autor?

Que o livro didático é tão importante para o ensino, ninguém dúvida. Mas, e o autor?



O livro didático passou a ter grande importância a partir da década de 60, onde houve um aumento da demanda nas escolas devido às propostas curriculares na época. Muito se discute sobre a sua importância, tanto pelo seu conteúdo quanto pela diminuição do seu uso em sala de aula devido à utilização de outros recursos.

Mas, o que quero salientar é a importância dada ao livro em sala de aula, não em análise do seu conteúdo para julgá-lo eficiente ou não e, sim chamar atenção para o autor do livro.
Percebo que ao longo de mais de duas décadas, poucos professores fazem menção ao autor do livro em sala de aula. A maioria dos alunos desconhece os autores dos seus livros e quando são questionados, quase sempre citam a cor do livro ou a ilustração da capa : 
" aquele verdinho com uma árvore na frente..."
Por que nossos alunos não sabem o nome do autor dos seus livros? Por que desconhecer o autor se ele foi usado durante 1 ano?

Não quero obrigar os meus alunos a memorizarem os autores dos seus livros, porém podemos encontrar uma maneira simples de que os autores não fiquem esquecidos por nossos alunos.

Relembrando o meu tempo de escola e também de faculdade, comecei a analisar o porquê da lembrança dos nomes dos autores de quase todas as disciplinas. Percebi que os autores que eu conhecia deviam-se ao fato de que os meus professores, no momento de usar o livro em sala de aula não citavam " Vamos abrir o livro..." e sim, chamavam-no pelo autor "Vamos pegar o Iezzi na página 102..". Esses professores além de mencionar o livro pelo autor, também escreviam o nome no quadro: "Feltre, pág 143."

Laura Cristina, aluna do 6º ano em 2009,
com o livro do Bonjorno
A Laura Cristina,aluna do 2º ano,
em 2014, com o livro da katia Stocco.
Há alguns anos venho adotando esse procedimento em sala de aula e percebi que os meus alunos passaram a reconhecer os autores dos seus livros de forma espontânea(pelo menos na minha disciplina).

Atualmente, em minha escola foi adotado o livro da Kátia Stocco Smole e quando vou me referir ao seu livro, sempre falo - Vamos pegar a Kátia, pág 99.
Esse valor devotado ao autor do livro torna-o mais familiar em sala de aula e cria-se uma maior proximidade entre o autor e o aluno.

E você? Lembra-se de algum autor dos seus livros da escola?




quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Educação Financeira nas escolas públicas



Mesmo sendo proposta dos PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais), a adoção de temas transversais como Trabalho e Consumo que incluem questões para oferecer aos alunos instrumentos que possam  refletir e mudar sua própria vida, conteúdos como Educação Financeira, só começou a fazer parte do currículo oficial das escolas públicas a partir de 2012, entretanto algumas escolas já se preocupavam em preparar os jovens para lidar com suas finanças pessoais. 


No Colégio Estadual Prof.ª Alcina R. Lima, em Niterói,  desde 2010 os alunos do Ensino Médio Inovador, recebem durante 4 semanas orientações na área financeira para que estejam aptos a administrar seus recursos. 

As aulas fazem parte de uma das etapas do Projeto Consumismo, tendo como objetivo principal  o combate ao consumo desenfreado entre jovens. 
Em um primeiro momento, os alunos participam de um debate com contribuições das disciplinas Ensino Religioso, Sociologia, Multimídia e Matemática, onde todos podem expor as suas formas de conseguir dinheiro (trabalhos informais, bicos ,mesadas, ...), falar sobre  quais produtos estão consumindo e quais formas de pagamento estão utilizando em suas compras. 

Após o debate, os alunos recebem informações com exemplos comparativos das formas de compra e, principalmente sobre como usar corretamente o cartão de crédito em suas compras.  Em um segundo momento, no laboratório de informática, os alunos fazem uma simulação de compra parcelada e à vista de um produto de sua necessidade. Por meio de uma planilha eletrônica são feitos cálculos que comparam a melhor opção de compra, incentivando o aluno a análise das formas de pagamento antes de efetuar a sua compra. 

Após as comparações das formas de compra, também são realizados cálculos que simulam um investimento em poupança. Dessa forma, os alunos podem perceber as vantagens de guardar(aplicar) o seu dinheiro para realizar uma compra futura. Muitas dessas ações são favorecidas com o ensino da matemática financeira, como porcentagens e o cálculo de juros compostos. Alertá-los para o consumo de supérfluos, a evitar o parcelamento de compras, a fazer um controle de suas despesas e, principalmente a não contrair dívidas, são formas que podem ajudar na formação de alunos mais conscientes, autônomos e críticos.

É preciso preparar nossos jovens para que possam futuramente melhorar o convívio com o dinheiro, a fim de evitar problemas que são gerados quando não são administrados  corretamente os orçamentos pessoais.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Geoplano (Geoboard)

O geoplano é uma ferramenta que auxilia o estudo da geometria, onde podemos introduzir conceitos geométricos por meio de atividades de construção de figuras planas e espaciais. 

É um material criado pelo matemático inglês Calleb Gattegno e pode ser reproduzido por uma placa quadrada de madeira e pregos dispostos como uma malha quadriculada. 
Com ajuda de elásticos, prende-se aos pregos e forma-se figuras.


 Várias atividades podem ser exploradas por meio do geoplano:


- construção de figuras planas e análise de suas propriedades (vértices e lados)
- simetria
- área e perímetro
- ampliação de redução de figuras
- construção de sólidos geométricos e análise de suas propriedades(vértices, arestas e faces)







Para aqueles fascinados pelo mundo digital, há também o geoplano virtual(vide imagens). Há muitas versões de geoplanos virtuais, mas sugiro o do professor português Vaz Nunes.
 Acesse o link:
escolovar.org/mat_geoboard.swf






Sugestões de atividades:

1) Construa quadrados, retângulos, triângulos, losangos, paralelogramos e trapézios. Verifique a quantidade de vértices e lados. Construa suas diagonais. Qual dessas figuras não possui diagonal? Por quê?
2) Construa um quadrado com a maior área possível e um quadrado com a menor área possível.
3) Construa três figuras diferentes, com a mesma área.
4) Construa três figuras diferentes, com  o mesmo perímetro.
5) Construa um retângulo de área 21 unidades.
6) Construa todos os possíveis retângulos com 24 unidades de área. Qual desses possui o maior perímetro e qual possui o menor perímetro?
7) Construa um cubo. Verifique a quantidade de vértices, arestas e faces.
8) Construa quatro planificações do cubo.
9) Construa uma pirâmide quadrangular e verifique a quantidade de vértices, arestas e faces.
10) Construa um prisma de base hexagonal e verifique a quantidade de vértices, arestas e faces.


sábado, 16 de abril de 2011

I CONFERÊNCIA DO MEIO AMBIENTE NA ESCOLA

Colégio Alcina realiza a sua 1ª Conferência do Meio Ambiente

O Colégio Estadual Prof. Alcina Rodrigues Lima, situado em Niterói, realizou no dia 23 de março de 2011 a sua I Conferência do Meio Ambiente com a participação dos alunos, professores, pais e comunidade.
No 1º momento, apresento a criação da "Alcina Com-Vida" - Comissão do Meio Ambiente e Qualidade de Vida na Escola
( organização proposta pelo Ministério do Meio Ambiente e MEC, em 2003). No 2º momento, é gerado uma reflexão sobre os problemas que a nossa sociedade de consumo vem enfrentando, principalmente com o lixo eletrônico, e em seguida, algumas práticas sustentáveis que a escola procura realizar de forma individual e coletiva com toda a comunidade escolar, tendo a participação dos professores Gustavo Motta e Marcelo Brum.
No 3º momento, apresento o novo projeto socioambiental da escola que, em parceria com uma empresa privada, a escola passa a ter  um posto de coleta de lixo eletrônico, onde os objetos coletados são enviados para empresas especializadas em reciclagem desse tipo de material.
A escola pretende dentro de suas missões de Escola Sustentável,mobilizar e educar toda comunidade escolar de forma permanente para aprender e agir na preservação do meio ambiente e na construção de um melhor melhor.

 A gestão do colégio Alcina incentiva a criação de ideias para novos projetos da "Alcina Com-Vida" e participa daqueles que acreditam na educação ambiental como um caminho para mudanças de valores e de atitudes para a construção de sociedades felizes e sustentáveis.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Ligando tópicos: técnica, tecnologia, meio ambiente e matemática

Numa de minhas aulas, dentro de um tópico sobre tecnologia, para exemplificar a diferenciação entre técnica e tecnologia citei um produto muito apreciado por jovens e adultos, o chiclete.

Essa goma de mascar era produzida com o látex extraído de uma árvore chamada sapotizeiro, mas essa técnica inventada por Thomas Adams foi se modificando ao longo dos tempos com base em conhecimentos científicos e criaram uma técnica mais avançada (tecnologia) e hoje, a goma-base é sintética, feita de vários produtos derivados do petróleo, como, parafinas e resinas, isso porque para atender aos consumidores do mundo inteiro, é preciso fabricar toneladas dessa goma.

Os Estados Unidos é o maior produtor, com 224 mil toneladas por ano, em segundo, a China que produz 148 mil toneladas e o Brasil é o terceiro produtor, com 57 mil toneladas.

Como a temática ambiental está quase sempre presente na sala de aula, questionei o desenvolvimento tecnológico que faz aumentar o domínio do homem sobre a Natureza provocando danos e alterações. No caso do chiclete, quando descartado no ambiente, além de ser fixado em sapatos, pode ser colado nos pelos dos animais e o pior, colar nos bicos das aves que são atraídas pelo seu aroma e sabor, morrendo por asfixia. Se forem descartados no lixo comum, irão para os aterros sanitários e demorarão, em média, 5 anos para se decomporem . Jogar o chiclete no lixo comum também não é uma boa ideia, pois ele não será reciclado e vai acabar em um lixão ou aterro, aumentando o volume de resíduos.

Por isso, uma designer inglesa se empenha para que as pessoas descartem seus chicletes em um reservatório criado por ela mesma, o GUMDROP, cujo slogan é " Dê uma segunda vida ao seu chiclete". Os chicletes depositados nesse recipiente são encaminhados para a reciclagem e transformados em outros GUMDROPS, que são instalados em outros pontos da cidade de Londres, e também em Nova Jersey, nos Estados Unidos.


Para se construir essa lixeira de chicletes  são necessários aproximadamente 0,7 kg de chicletes, como o Brasil consome 57 mil toneladas, usando a matemática, teríamos aproximadamente, 81.428.000 lixeiras distribuídas em todo país, o que daria em média, 2 lixeiras por pessoa.Um pouco de exagero, mas poderíamos importar essa ideia e o excesso de lixeiras seriam exportadas pra outros países.








quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Unidades de Medida de Armazenamento

Mergulhados em novas tecnologias, estamos sempre consumindo produtos frente às inovações lançadas no mercado e palavras são cada vez mais pronunciadas no nosso cotidiano como Bytes, Kilobytes, Megabytes, Gigabytes e muitas vezes não sabemos o que elas significam. Primeiramente, devemos entender que elas representam unidades de medida utilizadas especificamente na Informática e depois, compreendermos os seus tamanhos.
Assim como armazenamos um líquido em uma garrafa e usamos a unidade de medida litro ou armazenamos um biscoito em um pacote e usamos a unidade grama, para armazenar um arquivo no computador usamos a unidade byte. Em Informática é muito importante considerar a capacidade de armazenamento, porque os dados de um computador ocupam um certo espaço de armazenamento. Esses dados são medidos em bits (binary digit) que são impulsos elétricos, positivos ou negativos, representados por 1 e 0. O bit é a menor unidade de informação. Um conjunto de 8 bits forma o byte, o qual corresponde a um caracter, seguindo o código binário.
Temos:
1 byte = 8 bits = 2 ³ bits
Podemos observar que de forma diferente do grama, do metro, do litro que são escritos na base 10, o byte é escrito na base 2.

Vamos recordar alguns prefixos usados em grandes quantidades e que são representados por meio de potências de base 10. Observemos a tabela:

Quilo = K = 10³ = 1000
Mega = M = 10³ . 10³ = 1.000.000
Giga = G = 10³ . 10³ . 10³ = 1.000.000.000
Terá = T = 10³ . 10³ . 10³ . 10³ = 1.000.000.000.000

Mas, como usar esses prefixos em bytes? O problema é que o byte é representado na base 2 e não existe um número natural n tal que
2 elevado a n seja igual a 1000. O que faremos é encontrar números que cheguem a resultados bem próximos da tabela acima. Vejamos:

Quilo = K = 2 elevado a 10 = 2². 2² .2². 2² .2² = 1024 bytes
Mega = M = 2 elevado a 20 = 1.048.576 bytes = 1024 kb
Giga = G = 2 elevado a 30 = 1.073.741.824 bytes = 1024 Mb
Terá = T = 2 elevado a 40 = 1.099.511.627.776 bytes = 1024 Gb

Para treinar:

a) qual é a capacidade de armazenamento de um CD?
b) qual é a capacidade de armazenamento de um DVD?
c) quantos arquivos de 1000 Kb podem ser armazenados em um CD?
d) quantas imagens de 900 Kb podem ser armazenadas em um DVD?
e) quantas músicas de 6 Mb podem ser armazenadas em um MP4 com capacidade de 1 Gb?

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

A Educação do Século XXI

Em recente pesquisa realizada no Brasil pelo MEC, há uma enorme preocupação com as escolas de Ensino Médio, visto que elas não estão preparando os jovens para o mercado de trabalho e não favorecem aos ensinos superiores. Para reverter essa situação, educadores estão dispostos às mudanças e revisões, principalmente na organização de um currículo que corresponda à vida contemporânea. 

Dessa forma,professores precisam organizar um currículo baseado na subjetividade do aluno que propicie dialogar, interpretar informações e desenvolver atitudes de pesquisa que lhe permita continuar aprendendo ao longo de sua vida. Diante de um mundo globalizado, é necessário que os alunos aprendam a globalizar e, isso só acontecerá quando a escola se tornar uma geradora de cultura e não apenas uma transmissora de conteúdos. 

Essa concepção de ensino globalizado que defende um pensamento complexo, destaca a importância de ensinar integrando conhecimentos e valorizando o que o aluno traz consigo. Isso já é proposto por muitos filósofos, psicólogos, especialistas, pedagogos , que têm como referência o grande pensador contemporâneo Edgar Morin, defensor da não compartimentação das disciplinas e sim, da interação para enfrentar temas de estudo.

Sob um olhar voltado para educação do século XXI que mostra a necessidade de formar indivíduos com uma visão mais global e que saibam trabalhar à partir da diversidade, é necessário que preparemos jovens flexíveis, com capacidade de adaptação, atitude de colaboração e com conhecimento da tecnologia.

A questão é: como ensinar essas habilidades na escola? Acredito que elas estejam atreladas a um ambiente eficaz, no qual nossos alunos possam desenvolvê-las, sendo assim, compartilho aqui alguns itens difundidos por muitos educadores que consideram relevantes para as nossas práticas em sala de aula, vinculados a um currículo integrado:


- TEMA/ DESAFIO/ PROBLEMA: a escolha de um tema gerador, ou grande desafio, ou um desafio-problema permite a aplicação de diversas habilidades, a integração de duas ou mais disciplinas, o aprofundamento dos conceitos e a produção de um novo conhecimento. Os alunos vêem o conteúdo de uma maneira que mostra as conexões entre os diferentes assuntos. Durante a exploração de um desafio ou de um problema, o aluno desenvolve o seu pensamento crítico e criativo. Armazenar uma quantidade enorme de informações na memória está dando lugar à importância do saber para tomar decisões, observar, explorar e gerar hipóteses.


- MEDIAÇÃO: o professor na postura de mediador dá oportunidade aos seus alunos de criarem seus próprios conceitos, mostrarem sua ideias e se sentirem motivados e confiantes em suas conquistas. A intervenção do professor ocorre quando há necessidade de se retomar o foco, melhorar o processo ou confirmar uma fundamentação lógica.


- COOPERAÇÃO/INTERAÇÃO/DIÁLOGO: a interação entre os alunos e professores colabora de maneira efetiva na produção do trabalho, pois a troca de ideias, sugestões e opiniões propiciam a reflexão e a revisão daquilo que desejam desenvolver. Dessa forma, não há soluções únicas ou respostas erradas. Saber ouvir e falar, compartilhar ideias, ajudar e aceitar ajuda do outro são habilidades que podem ser adquiridas por meio da cooperação. Dialogar significa interpretar e reconhecer a linguagem do outro e essa interpretação contribui para uma nova concepção.


- AUTONOMIA: o ensino do século XXI está centrado no aluno, que trabalha com autonomia para escolher suas estratégias, suas ferramentas e decidir suas opções, quando o aluno trabalha de forma autônoma ele desenvolve sua capacidade inventiva, pois é livre para criar seus próprios métodos e explicações.


- RECURSOS: o professor disponibiliza vários recursos para que o aluno possa pesquisar, criar e comunicar. O acesso à informação é ilimitado e com qualidade e níveis variados de aprofundamento.


Esses tópicos fazem parte da visão de um currículo escolar integrado, com um olhar voltado para a educação do século XXI, dentro de uma concepção educativa baseada em projetos de trabalho que favorecem a pesquisa e o trabalho ativo por parte do aluno.